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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Lição 11: Ageu - O Compromisso do Povo da Aliança


INTRODUÇÃO

A ênfase nos interesses pessoais contribuiu significativamente para que as pessoas se esqueçam de Deus. O povo da aliança, depois de retornar do cativeiro, também se esqueceu do seu compromisso com o Senhor. Na aula de hoje, a partir do profeta Ageu, estudaremos a respeito dessa falta descompromisso. Destacaremos, a princípio, os aspectos contextuais do livro, em seguida, sua mensagem, e por fim, sua aplicação para os dias atuais.

1. ASPECTOS CONTEXTUAIS

Ageu, cujo nome significa “festivo”, profetizou por um período de quatro meses, no ano 520 a. C., após o retorno de Judá do cativeiro babilônico. O templo de Jerusalém havia sido destruído em 586 a. C., mas Ciro permitiu que os judeus o reedificassem em 538 a. C. O problema principal foi a falta de continuidade do trabalho, que havia sido iniciado há 18 anos. Os profetas Ageu e Zacarias tiveram papel preponderante a fim de despertar o povo da aliança para o engajamento naquela obra. O versículo-chave se encontra em Ag. 1.4: “É para vós tempo de habitardes nas vossas casas estucadas, e esta casa há de ficar deserta”. Isso porque o povo, ao invés de se voltar para a obra de Deus, se preocupava apenas com o bem-estar pessoal. Ageu foi o primeiro dos profetas pós-exílicos, os demais foram Zacarias e Malaquias. Naquela época, Zorobabel, o governador de Judá, e Josué, o sumo sacerdote, estavam na liderança, tentando reconstruir o Templo. O altar já havia sido restaurado, mas o trabalho do Templo não prosseguia. As razões para a falta de continuidade do trabalho eram diversas, dentre elas a oposição dos inimigos, mas a principal delas era a hostilidade. A mensagem de Ageu encontrou guarida nos corações do povo da Aliança, que se arrependeu e voltou-se para a reconstrução do Templo. Menor que o anterior, mas esse Templo acabou sendo fundamental para a restauração do culto ao Senhor. O livro de Ageu apresenta a seguinte divisão: 1) a ordem para a reconstrução do Templo (Ag. 1); 2) a glória do Templo reconstruído; (Ag. 2.1-9); 3) as bênçãos da obediência (Ag. 2.10-19); e 4) a promessa de benção de Deus (Ag. 2.10-2.23).

2. A MENSAGEM DE AGEU

A mensagem de Ageu é uma denúncia contra o egoísmo humano. O povo da Aliança retornou do cativeiro, preocupando-se apenas com a edificação das suas casas (Ag. 1.2-4). Por causa disso, o povo passou a enfrentar dificuldades financeiras, adquiria muitas coisas, mas não encontrava satisfação (Ag. 1.5,6). Isso porque de nada adianta juntar dinheiro e não colocá-lo debaixo do governo de Deus. É a mesma coisa que juntá-lo em um “saquitel furado”, muito trabalho, mas pouco proveito, e, às vezes, dívidas. Mas o povo de Judá se arrependeu e deu ouvidos à mensagem do profeta Ageu e durante três semanas, a comunidade inteira trabalhou de forma incansável a fim de completar a reconstrução do Templo (Ag. 1.12-15). A dedicação à obra de Deus não é apenas uma ordenança, mas uma necessidade, o ser humano foi criado para servi-LO. Ageu entregou três mensagens de encorajamento para o povo da Aliança. A primeira dizia respeito a uma promessa de que templo recém-construído, ainda que fosse menor, em comparação com o de Salomão, sua glória seria maior (Ag. 2.1-9). Não é o tamanho do espaço, muito menos a estética, que determina a presença de Deus, mas a disposição espiritual. Esse “segundo Templo”, ainda que tivesse sido reformado por Herodes, teve maior glória, pois Cristo, o Senhor, nele ministrou. A segunda mensagem de Ageu é uma parábola viva. O profeta faz algumas indagações a respeito da lei. Ele pretendia mostrar que a presença de um lugar sagrado não garante a santidade do povo (Ag. 2.10-19). A última mensagem é destinada a Zorobabel, representante da linhagem de Davi, que exercerá autoridade sobre a terra, quando Cristo voltar para reinar.

3. PARA HOJE

Nesses dias tão difíceis para a igreja evangélica precisamos ouvir mais mensagem de restauração. A teologia da ganância está formando uma geração de “crentes” que somente pensa neles mesmo. Estão pouco interessados na obra de Deus, a prioridade é a compra da mansão ou do carro importado. Nada há de errado em buscar satisfazer as necessidades familiares com equilíbrio e modéstia. Não é pecado adquirir uma casa ou um veículo, de acordo com os rendimentos da família. Mas é preciso ter cuidado para não ostentar, os bens materiais não podem ter como objetivo a glorificação pessoal. Por causa do consumismo que adentrou as igrejas, muitos evangélicos estão deixando de viver em paz por causa das dívidas, contraídas a fim de satisfazer o status exigido pela sociedade. A obra de Deus também sofre, pois os projetos eclesiásticos são relegados a segundo plano. É verdade que não dependemos de um templo para adorar a Deus (Jo. 4.21-24), mas isso não exime sua relevância enquanto espaço de encontro para ministração da palavra, oração e adoração (At. 2.44-47). Muitas igrejas locais estão tomadas pelo marasmo, o egoísmo está solapando a comunhão e a unidade. Alguns crentes estão francos, outros se tornaram “desigrejados”. A fraqueza desses não deve ser motivo para perder o ânimo, antes devemos ser fortes no Senhor (Ef. 6.10).

CONCLUSÃO

O compromisso da igreja é com o Reino de Deus, que já está no meio de nós, na expectativa por Sua completude (Lc. 17.20,21; 19.11-27). Muitos evangélicos estão interessados apenas no reino deste mundo, não têm interesse de investir no Reino dos Ceús (Mt. 13.44). Essa é uma questão de prioridade, pois Jesus nos ensinou a buscar primeiro de Deus e a Sua justiça, e que as outras coisas (alimento e vestimenta), não “as demais”, seriam acrescentadas (Mt. 6.33).

BIBLIOGRAFIA

BALDWIN, J. G. Ageu, Zacarias e Malaquias: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1982.

BOICE, J. M. The minor prophets. Grand Rapids: Bakerbooks, 2006.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Lição 10 - Sofonias - O Juízo Vindouro


AUTOR

O nome “Sofonias” significa “O Senhor escondeu” , foi um profeta de Judá. Ele se identificou melhor do que qualquer outro dos profetas menores, remontando sua linhagem quatro gerações até Ezequias, um bom rei que levou o povo de volta a Deus durante o tempo do profeta Isaías. Sofonias foi contemporâneo ao rei Josias e seu parente distante, há uma possibilidade que eram amigos.
A intimidade de emoção boa como a familiaridade de lugar, quando Sofonias escreve a respeito de Jerusalém (1.10-11), indicam que ele havia crescido lá. De acordo com o arranjo das Escrituras hebraicas, Sofonias foi o último profeta a escrever antes do cativeiro.
Este livro das Escrituras Hebraicas contém a palavra de Deus por meio do seu profeta Sofonias. Foi nos dias do Rei Josias, de Judá (659-629 aC), que Sofonias realizou sua obra profética. (Sof 1:1) No 12.° ano do reinado de Josias, quando tinha uns 20 anos de idade, o rei começou uma extensa campanha contra a idolatria, e a partir do 18.° ano do seu governo até o seu término, seus súditos “não se desviaram de seguir a Deus”. (2Cr 34:3-8, 33) Portanto, visto que o livro de Sofonias menciona a presença de sacerdotes de deuses estrangeiros, e a adoração de Baal e de corpos celestes em Judá, o tempo da sua composição pode ser razoavelmente colocado antes do começo das reformas de Josias, por volta de 648 aC. Sof 1:4, 5.
Idolatria, violência e fraude proliferavam em Judá quando Sofonias começou a profetizar. Muitos diziam no coração: “Deus não fará o que é bom e não fará o que é mau.” (Sof 1:12) Mas a profecia de Sofonias tornou claro que Deus executaria vingança nos transgressores impenitentes. (1:32:3; 3:1-5) Seus julgamentos adversos recairiam não só sobre Judá e Jerusalém, mas também sobre outros povos os filisteus, os amonitas, os moabitas, os etíopes e os assírios. 2:4-15.
A profecia de Sofonias deve ter sido especialmente confortante para os que se esforçavam a servir a Deus e que se devem ter sentido muito aflitos com as práticas detestáveis dos habitantes de Jerusalém, inclusive com seus corruptos príncipes, juízes e sacerdotes. (Sof 3:1-7) Visto que pessoas de disposição justa devem ter aguardado a execução do julgamento divino nos iníquos, evidentemente dirigem-se a elas as palavras: “‘Estai à espera de mim’, é a pronunciação de Deus, ‘até o dia em que eu me levantar para o despojo, pois a minha decisão judicial é ajuntar nações, para que eu reúna reinos, a fim de derramar sobre elas a minha verberação, toda a minha ira ardente.’” (3:8) Por fim, Deus daria atenção favorável ao restante do seu povo, Israel, restabelecendo-o do cativeiro, e fazendo dele um nome e um louvor entre todos os outros povos. 3:10-20.

AUTENTICIDADE

A autenticidade do livro de Sofonias é bem confirmada. Freqüentemente, as idéias expressas neste livro encontram um paralelo em outras partes da Bíblia. (Compare Sof 1:3 com Os 4:3; Sof 1:7 com Hab 2:20 e Za 2:13; Sof 1:13 com De 28:30, 39, e Am 5:11; Sof 1:14 com Jl 1:15; e Sof 3:19 com Miq 4:6, 7.) Harmoniza-se completamente com o restante das Escrituras em destacar verdades vitais. Por exemplo: Deus é deus de justiça. (Sof 3:5; De 32:4) Embora ele ofereça a oportunidade de arrependimento, não permite que a transgressão fique indefinidamente sem punição. (Sof 2:1-3; Je 18:7-11; 2Pe 3:9, 10) Nem a prata nem o ouro podem livrar os iníquos no dia da fúria de Deus. (Sof 1:18; Pr 11:4; Ez 7:19) Para ser favorecido com a proteção divina, é preciso comportar-se em harmonia com os julgamentos justos de Deus. Sof 2:3; Am 5:15.

Outra evidência notável da canonicidade do livro é o cumprimento de profecia. A predita destruição sobreveio a Nínive, capital da Assíria, em 632 aC (Sof 2:13-15), e a Judá e Jerusalém em 607 aC. (Sof 1:4-18; compare isso com 2Rs 25:1-10.) Os etíopes, como aliados dos egípcios, evidentemente sofreram calamidade quando Nabucodonosor conquistou o Egito. (Sof 2:12; compare isso com Ez 30:4, 5.) E os amonitas, os moabitas e os filisteus, por fim, deixaram de existir como povo. Sof 2:4-11.

DESTAQUES DE SOFONIAS

Mensagens de julgamento divino contra Judá e Jerusalém, bem como contra outras nações; também um anúncio do restabelecimento para Jerusalém.

Escrito por Sofonias logo cedo no reinado de Josias, antes das reformas que este iniciou por volta de 648 aC.

Está próximo o dia do Senhor para julgar. (1:1-2:3)

Deus acabará com tudo na face do solo.

Em Judá e em Jerusalém, todos os que praticam a idolatria, que juram por Deus bem como por um falso deus, que retrocedem de servir a Deus ou que não o procuraram serão decepados.

Os príncipes, os violentos, os enganadores estarão entre os que receberão atenção; todos os que acham que Deus não agirá nem para o bem nem para mal verão sua riqueza e sua propriedade reduzidas a nada.

O dia do Senhor vem, um dia de fúria; nem a prata nem o ouro proverão escape.

Os mansos da terra devem procurar a Deus, bem como a mansidão e a justiça; então, provavelmente, serão escondidos no dia da Sua ira.

Punição dos vizinhos de Judá, e das mais distantes Etiópia e Assíria. (2:4-15)

Os filisteus serão destruídos; Moabe ficará desolada assim como Sodoma, e Amom será como Gomorra, por vituperar o povo de Deus.

Os etíopes cairão pela espada; a Assíria será destruída; Nínive será devastada, animais selváticos tomando posse das suas ruínas.

A rebelião e corrupção de Jerusalém. (3:1-7)

A opressiva cidade, Jerusalém, também é marcada para julgamento; ela não confiou em Deus e não se chegou a ele; seus príncipes, juízes, profetas e sacerdotes agiram todos de modo corrupto, em vez de usar sua influência para o bem.

O povo não temeu a Deus, nem mudou de proceder, mesmo depois de presenciar Seu julgamento contra outras nações.

O derramamento da ira de Deus e o restabelecimento dum restante. (3:8-20)

A ira de Deus será derramada sobre nações e reinos.

Povos receberão uma língua pura, a fim de invocar o nome de Deus e servi-lo ombro a ombro.

Apenas os humildes e os de condição humilde remanescerão entre o povo de Deus, Israel, e usufruirão segurança sob a Sua proteção.

Todos os responsáveis por afligir Israel serão punidos; o restante reunido será feito “um louvor entre todos os povos da terra”.

FONTES:

http://br.geocities.com

http://pt.wikipedia.org/wiki/

GNU Free Documentation License.

Bíblia de Estudos Plenitude

EBDistas

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

1º TRIMESTRE 2013 - ELIAS E ELISEU: UM MINISTÉRIO DE PODER PARA TODA A IGREJA



As Lições Bíblicas da CPAD para o 1º Trimestre/2013 trabalhará o tema “Elias e Eliseu: Um Ministério de Poder para toda a Igreja”, e terá como comentarista o Pastor José Gonçalves.
Os temas semanais serão:
Lição 1- A Apostasia no Reino de Israel
Lição 2- Elias, o Tisbita
Lição 3- A Longa Seca Sobre Israel
Lição 4- Elias e os Profetas de Baal
Lição 5- Um Homem de Deus em Depressão
Lição 6- A Viúva de Sarepta
Lição 7- A Vinha de Nabote
Lição 8- O Legado de Elias
Lição 9- Elias no Monte da Transfiguração
Lição 10- Há Um Milagre em Sua Casa
Lição 11- Os Milagres de Eliseu
Lição 12- Eliseu e a Escola de Profetas
Lição 13- A Morte de Eliseu 

LIÇÃO 9-HABACUQUE,A SOBERANIA DIVINA SOBRE AS NAÇÕES.


O AUTOR
As únicas informações confiáveis sobre Habacuque e sua atividade profética estão no próprio livro. Mesmo assim as informações são poucas. Seu nome pode significar “abraço” ou que ele foi “abraçado por Deus”. Alguns o identificam como levita, em virtude de algumas observações musicais feitas ao salmo litúrgico (cap. 3). Entretanto tal raciocínio não se mostra lógico, pois do mesmo modo, Davi escreveu vários salmos litúrgicos e não era levita.
O profeta não faz menção à Assíria, mas fala do poder caldeu, que ia crescendo com uma rapidez espantosa, conclui-se que ele profetizou em Judá durante o reinado de Joaquim, pouco antes da invasão de Nabucodonosor (1.6; 2.3).
O seu uso das tradições culturais e de sabedoria de Israel em suas pregações deu margem a noção duvidosa de que ele tenha sido apenas um profeta ligado ao Templo de Jerusalém. Entretanto, podemos estar certos de encontrar no livro de Habacuque um verdadeiro profeta, com um grande zelo pela causa do Senhor. Sua “sentença” no capítulo 1 é notável por não ser uma palavra dirigida ao povo, mas uma resposta às suas próprias dúvidas e angústias.

DATA
Uma evidência objetiva para datação da atividade profética de Habacuque é encontrada em 1.6. A referência aos babilônios como o novo poder mundial ameaçador indica um período posterior ao colapso do Império Assírio (612-605 a.C.), mas anterior à conquista de Jerusalém pelos exércitos caldeus de Nabucodonosor, e à deportação do jovem rei Joaquim para a Babilônia em 597 a.C. (2Rs 24.8-17). Aparentemente Habacuque ministrou durante o reinado de Jeoaquim (609-598 a.C.) e era um jovem contemporâneo de Jeremias.

CONTEXTO HISTÓRICO
O Império Assírio caíra exatamente como Naum havia profetizado. O Egito e a Babilônia disputavam então a posição de liderança. Na batalha de Carquemis, em 605 a.C., na qual Josias foi morto, os babilônios foram os vencedores, e os grandes reinos babilônico e caldeu foram unidos por Nabucodonosor.

COMPOSIÇÃO DO LIVRO
Habacuque se assemelha muito ao profeta Jeremias. Porém ainda mais do que Jeremias, o dialogo de Habacuque com Deus e suas constantes orações (2.1-2; 3.2,16) tomam o lugar da pregação profética no centro da mensagem.
Habacuque, um homem com um zelo fervoroso pela honra de Deus (1.12; 3.3), viveu uma profunda crise espiritual devido a aparente indiferença de Deus sobre às terríveis condições espirituais de seu povo (1.2-4).
Discute-se aqui o problema da prosperidade do ímpio. Parece conter uma queixa contra Deus por destruir sua nação por causa de seus muitos pecados, mas para isso usando um povo ainda pior do que ela (1.13). Porque Deus fica silencioso em tempos de tribulação? É uma das perguntas do profeta ao Senhor.
Mesmo assim Habacuque em todas as dificuldades ia a Deus em oração e aguardava a resposta do Senhor (2.1). Ele subia a torre de vigia e escutava Deus.
Certo de que apenas a intervenção divina poderia mudar essa situação mortal que Judá estava vivendo, Habacuque foi persistente em seu apelo ao Juiz Celeste, mesmo quando parecia que Deus não lhe escutaria (1.2).

ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO
O livro de Habacuque está organizado em torno de orações do profeta e das respostas de Deus. O diálogo se inicia com a queixa ao Senhor por causa da injustiça que o profeta vê a sua volta. Isso serve de introdução à pergunta principal do livro: “Porque os ímpios não são castigados?” A resposta de Deus em 1.5-11 afirma que essa situação logo seria resolvida, pois a geração envolvida cairia sob julgamento divino pelas mãos dos babilônios.
A segunda oração de Habacuque leva o debate à próxima questão lógica. O profeta argumenta que o envolvimento dos babilônios no problema não seria solução, e questiona sobre a justiça divina. Porque um povo mais perverso que os israelitas não só ficaria sem castigo, mas também obteria vitória.
Habacuque não faz essa declaração de maneira impetuosa ou presunçosa. Sua atitude parece de quem tem uma dúvida sincera e não de desafio orgulhoso ao Senhor. Contudo Deus afirmou que sua promessa se cumpriria (2.2,3), e depois dirigiu-se ao profeta com relação às indagações apresentadas. Deve-se observar que Deus não defendeu sua própria justiça. Em vez de apresentar uma razão, ele primeiro sugeriu que a responsabilidade humana não era obter todas as repostas, mas sim obedecer-lhe.
“O Justo viverá pela fé” (2.4b). Entende-se que neste versículo Deus está sugerindo que o justo manterá integridade de vida e fidelidade ao Senhor mesmo quando não entender os seus caminhos e modo de agir. Reconhecendo a obrigação de viver o relacionamento correto com Deus e confiar que Ele em sua justiça castigará o ímpio no seu tempo.
A terceira oração de Habacuque (3.1,2) ele pede a Deus que tenha misericórdia quando for executar sua ira.
A revelação da soberania de Deus sobre a história transforma o lamento de Habacuque em hino de alegria (3.2-19). Antecipando o futuro, em sua oração, Habacuque celebra a vinda do Senhor (3.3-7), seu juízo contra as nações (3.8-12) e seu triunfo sobre toda a oposição (3.13-15). A partir dessa perspectiva de fé, mesmo a ameaça de uma grande calamidade não poderia acabar com a intensa alegria do profeta na esperança da salvação que haveria de vir, uma salvação garantida pela fidelidade do Senhor a si mesmo e à sua revelação (3.17-19).

MENSAGEM
Entre os escritos proféticos o de Habacuque tem a característica de não conter nenhuma sentença dirigida a Israel, contém pelo contrário um dialogo entre o profeta e Deus. Nos dois primeiros capítulos Habacuque discute com Deus a respeito de seus caminhos que lhe parecem insondáveis, ou até mesmo injustos. Após receber resposta de Deus, corresponde com uma bela confissão de fé (cap. 3).
Habacuque sentia-se perplexo porque a iniquidade, as contendas e a opressão estavam impregnadas no povo de Judá, e parece que Deus não tomava nenhuma atitude para solucionar o problema. Quando Deus informou ao profeta que agiria por meio dos babilônios para punir Israel (1.6), Habacuque ficou ainda mais perplexo, sem entender como Deus com seus “olhos tão puros, que não suportavam ver o mal” (1.13, poderia designar uma nação pior que os judeus para executar o juízo contra eles.
Deus deixa claro que no fim o destruidor corrupto também será destruído. No fim Habacuque aprende a confiar na providencia divina, por mais estranho que possa parecer o agir de Deus, e a aguardar em espírito de adoração a intervenção divina.

O CÂNTICO DE HABACUQUE
Habacuque é o profeta que canta. A magnífica melodia com que a sua profecia termina: “Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação” (3.17-18).
Após uma oração sincera (3.1-16), aparece a glória de Deus, que sempre responde quando seu povo clama por socorro. Habacuque entende que Deus tem o domínio do Universo e que no tempo oportuno cumprirá suas promessas e seus desígnios. Aprende que pode confiar em Deus sem questionar. Compreende que Deus pode parecer estar distante, mas Ele sempre está perto dos seus. Por isso esse hino de confiança em Deus, mesmo que tudo pareça estar contra o profeta.

CARACTERISITICAS LITERÁRIAS
O autor escreveu com clareza e com muito sentimento, tendo redigido muitas expressões inesquecíveis (2.2,4,14,20; 3.2,17-19). Este livro gozava de grande popularidade entre os judeus no período intertestamentário. Um comentário completo sobre seus dois primeiros capítulos foi achado entre os rolos do Mar Morto.
Um dos textos de Habacuque teve grande significado na história da Reforma Protestante. O jovem monge Martinho Lutero se pôs de pé enquanto subia de joelhos a Sancta Scala em Roma, ao lembrar-se destas palavras de Deus ao profeta Habacuque: “O justo viverá pela sua fé” (2.4). Martinho Lutero entendeu, não por obras!

Habacuque também é citado no Novo Testamento:
ROMANOS 1.17: “Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé”.
GÁLATAS 3.11: “E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé”.
HEBREUS 10.38: “Mas o justo viverá da fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele”.

SINOPSE DE HABACUQUE

O livro começa com o profeta em um estado de perplexidade sobre o mistério da maldade não castigada no mundo.
Os dois primeiro capítulos são principalmente um dialogo entre Habacuque e Deus.

1- O profeta se queixa perante Deus da violência pecaminosa em toda parte, e que nenhum castigo é infligido aos ímpios, (1.1-4).

2- Recebe uma resposta que revela o plano divino de uso dos babilônios (caldeus) como um instrumento de juízo terrível contra as nações perversas, (1-5-11).

3- Para o profeta o problema moral não tem sido respondido. Como pode um Deus santo usar a estes pagãos perversos para destruir gente mais justa que eles? (1.12-17).

4- O profeta sobe em sua fortaleza para observar o mundo. Recebe a resposta de que o propósito do Senhor será cumprido em breve, e é animado a esperar esse cumprimento (2.1-3). Ouve de Deus a frase que tem sido um dos lemas da Igreja Cristã “O justo viverá pela fé” (2.4b)

5- Contente com a nova luz recebida, o profeta escreve uma série de cinco maldições: contra a

Falta de honradez (2.6); Ganância (2.9); Construção sobre derramamento de sangue (2.12); Libertinagem (2.15) e Idolatria (2.18-20).

6- Finalmente pronúncia uma oração lidíssima (o salmo de louvor) no qual fala da majestade e da glória do Senhor e declara a sua inteira confiança nos planos divinos, (3.1-19).

FONTES:

Estudo Panorâmico da Bíblia – Vida

Panorama do Antigo Testamento – Vida

Módulo de Teologia – FTB – Betesda

Bíblia de Estudo NVI – Vida

Bíblia Thompson – Vida

Bíblia de Estudo de Genebra – SBB

Bíblia Plenitude